Clínica Infantil Indianópolis

A Genética do leite de vaca sob a mira da microbiota e das enzimas

Uma dieta saudável deve ser equilibrada, nutritiva e conter alimentos variados ricos em proteínas, carboidratos, fibras, vitaminas, minerais e uma pequena quantidade de óleos e gorduras.



Os açúcares, referenciados como carboidratos ou hidratos de carbono, sacarídeos ou sacarídes, são elementos essenciais de uma dieta saudável e variam conforme o tipo de alimento, podendo ser de origem vegetal, à exemplo típico da sacarose (dissacarídeo conhecido como açúcar comum, extraído da cana-de-açúcar e da beterraba) ou animal, cujo paradigma é a lactose (dissacarídeo presente no leite de mamíferos e seus derivados).



E como os dissacarídeos não são absorvidos, para evitar o seu acúmulo no intestino e a má-absorção, eles devem sofrer alterações metabólicas, serem hidrolisados, sob a ação de enzimas digestivas produzidas pelos enterócitos, portanto, enzimas de procedência endógena (originada dentro do organismo), até o estágio de monossacarídes, que são os carboidratos de estrutura química mais simples.



Se houver uma deficiência ou ausência enzimática, os dissacarídeos não serão desdobrados em monossacarídes e, consequentemente, não serão absorvidos pelo intestino delgado e o seu acúmulo no cólon, ao sofrer fermentação pelas bactérias da flora intestinal (microbiota), promovem os sintomas de flatulência (formação de gases), meteorismo/ borborismo ou borborigmo (ruídos típicos do abdome distenso, por acúmulo de gases no intestino), distensão abdominal (sensação de inchaço ou de estar estufado) e timpanismo (sonoridade exagerada à percussão do abdome), dor abdominal (cólica) e diarréia.



Sintomas de comprometimento gastrointestinal em comum com a APLV e daí, com alguma frequência, suscitarem dúvidas na elucidação diagnóstica e dificuldades na abordagem terapêutica, no sentido de indicar as fórmulas lácteas mais adequadas, até por imposição das secretarias de saúde de alguns estados que as disponibilizam sem ônus.



E não há novidades quanto as fórmulas disponíveis: fórmula láctea isenta de lactose, com proteínas extensamente hidrolisadas (FEH) com e sem lactose, com aminoácidos não conjugados (FAA) e fórmula com proteína isolada de soja.



O que vem sendo propalado pelas indústrias farmacêuticas, ano 2017, é o emprego de lactase exógena de origem: Aspergillus oryzae, no entanto, faria jus ao alarde se não existissem as diversas marcas consagradas de fórmulas lácteas sem lactose, todavia, não deixam de ser uma alternativa para os portadores do problema, em que os sintomas chegam realmente a incomodar ao consumirem laticínios, entretanto, com as devidas ressalvas e mais à nível social (festas, casamentos).



Esses produtos não são curativos da doença, mas paliativos, ou seja, têm eficácia apenas momentânea e como preventivos.



As cápsulas, gotas, sachês, tabletes ou comprimidos mastigáveis, quando misturados aos laticínios, podem ser conservados sob refrigeração por até 24 horas, caso contrário, devem ser administrados, devido à rápida absorção, em até 15 minutos da ingestão do alimento lácteo e como propiciam um efeito de aproximadamente 40 minutos, fica o alerta de tempo para um pudinzinho e um sobreaviso para os glutões não fazerem uso indiscriminado, pois, embora pouco prováveis, ainda não foramestabelecidos os riscos quanto às superdosagens.


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