Clínica Infantil Indianópolis

A Quarta Consulta

AS PRIMEIRAS SOPAS

ALMOÇO: em substituição à mamada das 11/12 horas.

                  Procurar conciliar os horários das refeições com os hábitos da família.

Refogar 200 gramas de carne em pedaços miúdos (coxão duro, músculo, coxão mole, peito de frango “sem a pele”, em duas colheres de sopa de óleo de milho ou girassol ou uma colher de sopa de manteiga ou margarina com uma colher de café de azeite , uma rodela de tomate “sem pele e sem sementes”, alho, cebola, salsa e uma pitadinha de sal.

Acrescentar um ou dois ingredientes de cada lista A, B, C.

A .  Tendência obstipante: abóbora, abobrinha, batata, cará, cenoura, chuchu, inhame, mandioca, mandioquinha, moranga.

B .  Tendência à gases : couve, couve-flor, batata-doce, berinjela, beterraba, brócolis, nabo, repolho.

C . Acelga, agrião, alface, almeirão, chicória (escarola), espinafre, mostarda, salsão, serralha, vagem.

OBS:

– Os legumes devem ser descascados e cortados para que cozinhem mais rápido.

– Algumas folhas verdes de gosto mais forte ou amargo, como o almeirão, chicória, espinafre, mostarda, devem ser previamente aferventadas.

Juntar meio litro de água fervente e cozinhar em fogo brando até que a carne e os legumes estejam macios.

Passar na peneira fina e oferecer em colheradas para “estimular a mastigação” dos alimentos de consistência e sabores diferentes do leite. 

*Não oferecer a sopa na mamadeira a fim de não criar maus hábitos.

Recomendações:

1. Nos primeiros dias nem sempre conseguimos conciliar a receita com o paladar do pequeno gourmet. Caso não aceitar a sopa, adicionar uma colher de sobremesa de requeijão e se mesmo assim não for do agrado, respeitar a recusa e oferecer a sobremesa. Nunca substituir a sopa por leite. O mesmo cuidado deve ser tomado com produtos industrializados, pois a criança pode passar a recusar as sopas caseiras.

Nos casos de má aceitação, para tornar a sopa mais saborosa, adicionar ao tempero uma porção de caldo Maggi ou Knorr. Para deixar a criança com mais fome, espaçar o intervalo entre a primeira mamada e esta refeição e não oferecer sucos no meio do passeio.

2.  Para fornecer ferro: 

?Os bebês nascem com uma reserva de ferro suficiente para suprir suas necessidades até completarem seis meses de idade. A partir daí, é necessário uma complementação através de alimentos como carnes vermelhas, fígado e miúdos de frango, soja, feijão, ervilha, lentilha e abóbora. Uma dica do tempo da vovó é utilizar panela de ferro. Entretanto, para que os alimentos não fiquem com um gostinho característico nada agradável, antes de colocá-la em uso, deve-se torrar uma porção de fubá (farinha de milho) até sentir um leve cheiro de queimado. Desprezar o fubá e não lavar a panela. Por mais dois dias consecutivos, levar a panela vazia ao fogo por alguns minutos, sem lavar.  No dia seguinte estará pronta para uso.

– A gema de ovo, bem cozida, pode ser introduzida 15 dias após a aceitação da sopa. Iniciar com 1/4 de gema e aumentar a cada três dias. Esmagar no canto do prato da sopa.

–  Excentricidades a parte, mas lá vai … É muito divulgado o emprego de folhas verdes, raramente utilizadas até mesmo pelo desconhecimento e dificuldades em encontrá-las, como folhas de batata-doce, serralha, bertalha, beldroega e folhas de mandioca torradas. Fica a sugestão! 

            DEVAGAR COM O ANDOR QUE O BEBÊ É DE BARRO!

É natural certa expectativa de como nosso pequeno gourmet irá aceitar determinados alimentos, especialmente quando já fazem parte do cardápio de outros bebês da mesma idade. Dificilmente os pediatras deixam de ser considerados conservadores- subentende-se antiquados- ou liberais, fica explícito: mais modernos.

Geralmente a iniciativa de introduzir um alimento mais precocemente é da própria família, muitas vezes, induzida pelas vovós, seguindo seu instinto e apoiando-se no fato de terem criado várias crianças dessa maneira, sem nunca ter acontecido nada de mal. O que no fundo não deixa de merecer consideração, da mesma forma que o recomendado de ontem, pode não ser o de hoje e no amanhã ser novamente recomendado. 

 No entanto, não podemos ser conduzidos por arbitrariedades e contar com a sorte, pois cada criança tem sua carga genética e maneiras diferentes de reagir e não há meios de prever o surgimento de uma reação alérgica á não ser pelo histórico familiar.

As crianças, nos primeiros meses e até nos primeiros anos, apesar de manifestarem predileção por determinados alimentos, comem o que lhes é oferecido, de forma que não há muito a conjecturar sobre extravagâncias alimentares. Somente a partir dos três anos é que costumam impor o seu cardápio, no entanto, como contam com o bom senso das pessoas, os riscos de reações alérgicas alimentares são insignificantes, salvo para alguns glutões em festinhas, que priorizam a comilança ao invés do entretenimento da recreação e para os bebês com alergia às proteínas do leite de vaca.

 Os legumes e cereais não oferecem riscos. Nessa idade, os alimentos que podem dispensar maiores cuidados, devido seu alto teor proteico, apesar do cozimento (da fervura) diminuir o potencial alergênico, são o ovo e os peixes.

Quando houver antecedentes de alergia alimentar, em pelo menos dois parentes próximos, é prudente que os alimentos relacionados, integrem o cardápio do bebê mais tardiamente e com orientação médica. 

A gema do ovo cozida que pode ser introduzida aos quatro meses e a clara após os sete meses, nestes casos, posterga-se para os nove meses e um ano de idade, respectivamente. Uma vez comprovada à alergia, as vacinas cultivadas em embrião de pinto- contra a gripe, sarampo e febre amarela- ficam comprometidas.

–  No que diz respeito à etnia, por motivos ainda não esclarecidos, observa-se uma menor incidência de alergia aos peixes nos descendentes da raça oriental. Seu consumo precoce é cultural, enquanto que nos outros povos o peixe é introduzido “cozido” por volta dos 11 meses. 

–  A alergia alimentar ao se manifestar na infância, ao contrário dos adultos, tende a ser reversível, após um determinado período de abstenção, variável para cada criança. Nas reações graves, a dieta de exclusão pode ser mantida até a criança completar 3 até 5 anos de idade. A alergia alimentar, frequentemente, envolve todos os alimentos correlatos (do mesmo grupo). São exemplos os leites de vaca, cabra, búfala, ovelha e derivados.

– Alguns alimentos industrializados contendo aditivos (corantes, conservantes, edulcorantes, espessantes), embora responsáveis por um número não expressivo de casos de alergia alimentar (menos de 1%, segundo casuística norte-americana e sem especificar a faixa etária prevalente), devem ser oferecidos na impossibilidade de lançar mão das sopas caseiras e, de preferência, após um ano de idade. Adquirir produtos de marcas consagradas e após verificar a composição (leitura atenta dos rótulos).

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