Clínica Infantil Indianópolis

Chegou a Quarentena – O porque do mau humor

CHEGOU A QUARENTENA!
O PORQUÊ DO MAU-HUMORSurgem as palpiteiras… Todo cuidado com a SOGRITE é pouco! Por que a mulher é considerada sexo frágil? Já foi demonstrado que a mulher é mais suscetível à depressão em função de problemas genéticos e hormonais. A prova disso é a propalada TPM – tensão pré-menstrual.Em pleno terceiro milênio ainda há pessoas que por falta de conhecimento encaram este problema como frescura e, no que concerne à quarentena pós – parto, a impressão pode ser ainda pior.Contudo, considerar a mulher como sexo frágil tem uma pitada de incoerência, no mínimo de exagero, pois os homens também têm suas descargas hormonais e estão longe de uma genética inabalável e muito mais distante de não apresentarem crises existenciais. Se considerarmos seu lado porco chauvinista, a coisa fica ainda mais complicada; julgam-se os donos do mundo, deuses da verdade. Assumem uma personalidade autólatra do eu sei, eu sou, eu tenho, eu posso, eu faço, eu aconteço,“EU TUDO”. Uma verdadeira chatice, digo: idiotice!Até parece que nunca tiveram momentos de inseguranças e insatisfações. Esquecem que foi a mulher quem carregou o bebê e, no final, fumam o charuto enquanto as mulheres cheiram a fumaça.                                                                            A conotação popular da quarentena é de abstinência sexual, no entanto seu real significado é deturpado por muitos, pois a maioria das pessoas oculta seus sentimentos, com receio de causar constrangimentos. Afinal, por que as mulheres exatamente quando deveriam estar irradiantes de felicidade, deixam-se abater por uma profunda tristeza, com vontade de chorar por qualquer motivo, um terrível “baixo astral”, ou então, ficam com os nervos à flor da pele, partindo até para a agressão e, de repente, como se nada tivesse acontecido, surpreendem com reações de bom – humor e extrema euforia?Esta instabilidade no comportamento, com altos e baixos, faz com que sejam incompreendidas e injustiçadas, rotuladas como temperamentais, mimadas, imaturas, despreparadas para serem mães…Pois é! Isto acontece com mais de 50% das mulheres, umas mais, outras menos, e é absolutamente normal este período de extrema sensibilidade. Isto caracteriza um quadro de “DEPRESSÃO LEVE”, que tem início entre o segundo e o quarto dia após o parto e exige apenas um pouco mais de compreensão e uma dose maior de paciência, principalmente, por parte do marido e da “SOGRA”. Este período de 40 dias pode eventualmente durar um pouco menos, infelizmente um pouco mais. Se a mãe já apresentou depressão em outra gravidez, embora não exista casuística, é maior a probabilidade de sofrer novas crises em gestações futuras, inclusive, com mais severidade, já que, nestes casos, a ansiedade costuma ser mais relevante e surgir desde o início. Nestas situações é aconselhável o acompanhamento psicológico durante toda gravidez.  É bom deixar claro que este problema não é privilégio do sexo feminino. Apesar de soar estranho,os homens também podem apresentar “DEPRESSÃO LEVE” pós-parto por simples ciumeira e, no entanto, são elas que carregam o estigma do “sexo frágil”. O que muda é apenas o cenário: crises de ciúme, indiferença ou desinteresse sexual súbito. Estas mudanças comportamentais também revelam um quadro depressivo, porém, tratando-se do “sexo forte”, por questão de machismo, estas reações surgem com algum disfarce para minimizar seus efeitos e, assim, escapar do ridículo. Dentro deste contexto, existem maridos que chegam até a não admitir a situação, motivo de não haver uma casuística da sua incidência, deixando uma falsa impressão de ser irrelevante.                                                                                                                                                                              Contribuindo para aumentar o estresse da mãe – Convém ressaltar que se os coitados dos maridos, mesmo contando com certo grau de discernimento, sentem rejeição, imaginemos como será a aceitação dos irmãos destronados. Crises de birra, desrespeito às regras até então aceitas, comer exageradamente ou recusar sistematicamente a comida e, em casos extremos, somatizar doenças de difícil abordagem diagnóstica, com um único propósito: “chamar de volta a atenção”.Nos primeiros dias, deve-se tomar cuidados especiais para os irmãos não se sentirem rejeitados, tristes em ter que dividir as atenções com o recém-chegado. Sempre que possível solicitar sua cooperação para que não se sintam relegados ao segundo plano. Permitir que assistam às mamadas, inclusive que mamem caso manifestem desejo. É tão decepcionante que certamente não insistirão outras vezes.   É praxe as visitas presentearem o recém-nato. Poucos têm o bom senso ou condições financeiras de levar também alguma lembrança para a mamãe e principalmente para os irmãos – é barra! Por isso é inteligente ter algo do qual possa lançar mão para estas eventualidades, sempre agindo com sutileza. – Nesta fase, alguns parentes se atropelam na disputa de prestígio, sentem-se melindrados quando seus conselhos não são ouvidos ou por qualquer outra razão. Para evitar desgastes familiares são necessárias certas atitudes e habilidades de modo a coibir “clima pesado” e rivalidade fútil que não deveriam existir, uma vez que todos almejam o bem-estar do bebê.Cá entre nós, é necessário um certo tempo para que todos possam se adaptar às novas regras. Que bom seria se todos cedessem um pouco! – Final da gravidez, nove meses de muito enjôo, proibição de medicação, restrição alimentar para não ultrapassar ganho de dez quilos, repouso relativo com algumas idas ao shopping, marido, outros filhos e, às vezes, um chefe exigente, maior crítico da licença maternidade.  Nos primeiros dias da “recém- mamãe”:  flatulência, cólica e privacidade invadida.                                                                                          – A última pincelada para fotografar o quadro da depressão é a chegada inesperada das visitas. Muita gente olhando e pegando o “recém-coitado” que fica passando de colo em colo, muitos palpites. Cafezinhos, bolachinhas, bombons… ainda bem que o charuto parece estar em franca decadência .Acabou-se a visitação, bastou colocar a vassoura atrás da porta. Não é que a simpatia funcionou! Ufa, agora vem a hora de descansar. O bebê está calmo, muito tranqüilo e querendo dormir. A casa está limpa e a empregada é só sorrisos e alegria. Aqueles parentes que faziam questão de dar uma mãozinha, deram uma ova.  Pois é! E a quarentena é quem leva a fama!  Este quadro leve não deve ser confundido com “DEPRESSÃO GRAVE” que simula a síndrome do pânico com ataques de ansiedade, sudorese, palpitações, tremores e terror infundado. Falta de vontade até mesmo para fazer coisas simples como tomar banho, assistir TV ou ler jornal. Desinteresse por coisas que antes causavam prazer ou por pessoas que mantinham um bom relacionamento. Tudo fica sem graça. Não conseguem sentir alegria nem tristeza (incapacidade de extravasar emoções) e, até mesmo, pensamento suicida.Nestes casos pode ser necessário tratamento com antidepressivos e psicoterapia.

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