Clínica Infantil Indianópolis

No Mundo do Bebê – Do Diário de um Bebê

Para melhor entendimento façamos uma retrospectiva! Vamos imaginar como estava o “recém – chegado” durante sua vida uterina.Durante seus nove meses de gravidez, estava numa boa! Numa ótima! Em verdadeira integração com a mãe, sem qualquer interferência. Estava no escurinho, em ambiente calmo, muito tranqüilo, sem espectador, na temperatura ideal e sempre limpinho. Quando a posição não era confortável ele se adaptava como queria ou como podia, dando até seus pontapés em sinal de protesto, dormia e acordava quando bem entendia, alimentava-se sem o menor esforço e sem ser forçado. Sem problemas de qualquer natureza, indubitavelmente era o mundo ideal…Nasceu! Pronto! Acabou o sossego!                        DO DIÁRIO DE UM BEBÊPara entender seus pensamentos, basta inverter os papéis e facilmente chegaremos à conclusão de que as mudanças foram para pior, de modo que o bebê deverá pensar:Puxa! Neste mundo as coisas não devem ser nada fáceis. O tormento começa já na hora do parto. Para nascer me puxam, quase arrancam minha cabeça e falam que é parto normal! Não ouso nem imaginar como devem ser os outros partos! Nem acabo de nascer, o Dr. dá umas palmadas no meu “bumbum”, levo uma surra e ele só pára de bater quando choro pra valer. Daí então, ele fica todo feliz e exclama para minha mãe: Tudo bem é um homem! Tudo bem uma ova! Mas é melhor dar alguns berros, caso contrário posso levar até uns beliscões e nesta hora não adianta ser mulher, porque vai apanhar da mesma forma.Será que não existe um jeito menos esquisito de dar as boas – vindas?É! As pessoas grandes são atrapalhadas, não me entendem, pois às vezes choro por causa da fralda suja ou cólica e tampam a minha boca com a chupeta.Ora bolas! Quando estou dormindo me acordam, ficam confabulando que devo estar com fome, e nem bem acabo de comer, quando já estou bem acordado me colocam para dormir. Ficam me balançando de lá para cá, deixando-me tonto e nauseado.Quando vou mamar tenho que fazer uma tremenda força, minha mãe não pára de se mexer, e eu tenho que acompanhar todo seu movimento e tomar um baita cuidado para seu seio não tampar meu nariz e mesmo assim, às vezes, fico asfixiado. Também pudera, com tanta gente me olhando e cochichando! Alguns falam até em voz alta, chegam a gargalhar observando meu pai com o charuto na boca. Que maneira mais sem graça de comemorar a minha chegada, umas gotinhas de champagne até que iam bem!                                                                                                     Todo este imbróglio só serve para desviar a atenção da coitada da minha mãe e dificultar nosso entrosamento. É melhor ter um pouco de paciência nestes primeiros dias de vida, mesmo porque não há outro remédio.Para complicar ainda mais,colocam uma luz de abajur bem na minha cara alegando que é para enxergar melhor. Pode? Só me atrapalha, não sabem que ainda não enxergo direito!Durante as mamadas, muitas vezes, sou interrompido na melhor hora e quando dou umas cochiladas, me dão cada susto! E o pior é que nem bem acabo de mamar já me colocam junto ao ombro de minha mãe e lá vou eu tomar uns tapinhas nas costas até arrotar. Desconhecem que não sou obrigado a arrotar. Vá lá! Um tapinha tudo bem, posso até considerar como carinho, mas às vezes como demoro para arrotar, coitado de mim, levo um tapão!  Os tapinhas se transformam em verdadeiras porradas! Dói! Gostaria de saber quem inventou estes tapinhas, certamente foi algum masoquista. Nada tem a ver os tapas que levo nas costas – nos meus pulmões – com o arroto que até pode causar alguma sensação aliviante e agradável vinda do estômago, mas é melhor eu ficar calado, caso contrário, vão inventar de bater na minha barriga e daí vai doer o meu estômago. E o pior? Posso acabar vomitando! Outra coisa que incomoda é que ficam toda hora pegando nos meus pés. Apertam meus pés e também minhas mãos! Falam que estão “geladinhos” e que devo estar com frio e levo eu mais roupa! Fico com muito calor! E a coisa piora quando estou com soluço, daí então me cobrem com agasalhos e me empacotam todo, pois têm a certeza de que estou com frio. Tomo um suador e ninguém percebe. Daí, me enchem de água, pelo menos, três golinhos! Outras pessoas ficam assoprando na minha cara ou colocam alguma coisa vermelha na minha testa. Dizem ser simpatia, uma espécie de benzimento para estancar meu soluço. Paciência! A intenção é boa! Apesar de tomar algumas “cuspidinhas” e às vezes, cada susto!Afirmam, com incrível sabedoria, que não sentimos nada ou muito pouco, quando vão furar nossas orelhas. Não sei de onde tiraram isso!  Uns falam que é rapidinho, que vale a pena, pois vou ficar mais bonitinha e senão como vão saber que sou do sexo feminino?                                                                                                         É mais uma coisa de gente grande que não entendemos. Ainda bem que esse negócio é só para menina. Já pensou se a moda do “piercing” pega? Vão furar nariz, umbigo e até a língua de todo mundo – meninos e meninas –  não vai importar o sexo e o único direito de reclamar é o choro, assim não dá! Ai! Criança sofre!Isto tudo sem contar que quando vão me vestir não dão a menor bola para minha falta de vaidade e me enchem de roupas engomadas. Colocam uma faixa bem apertada na minha barriga pro meu umbigo não saltar, fico sem ar e com muitos gases! Ah! Alguns recomendam até colocar uma moeda sobre meu umbigo que além de causar um desconforto terrível, de nada vale. Tem que esperar até eu completar um ano de idade, pois este buraquinho que deixa meu umbigo saltar e que os médicos chamam de hérnia umbilical,pode fechar sozinho. Já pensou ter que ficar amarrado até completar um ano de idade? Haja paciência! Vai ser o melhor presente de aniversário quando tirarem esta bendita faixa!

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