Clínica Infantil Indianópolis

Bebê Chiador : uma abordagem ampla,complexa e polêmica.

Bom Dia,

Nos casos  de “Bebê Chiador” (Síndrome do Lactente com Sibilância), o Sr. defende, invariavelmente, uma abordagem ampla e complexa, envolvendo  o Refluxo Gatroesofágico, as Alergias às proteínas do leite de vaca e aos agentes inalatórios, apesar de  só serem passíveis de rastreamento a partir dos 2 anos, e considera ainda a imaturidade imunológica dessa idade. Complementando a pergunta quanto à restrição dos produtos lácteos, também gostaríamos de questionar a real necessidade (prioridade) dos exames referentes ao Refluxo e principalmente, para a  deficiência imunológica, haja vista que não há tratamento .

Dra. Silvia Silva Rezende CRM 129.112
Dra. Lorena Ganem El Awar  CRM 142.841

Dras, essas ponderações são pertinentes e um dos motivos que geram a polêmica na abordagem do “Bebê Chiador”. Tentarei fugir da prolixidade, um dos princípios dos blogs, porém, é um tema extremamente difícil de se esgotar em poucas linhas. 

Os quadros de “Bebê Chiador”, de modo geral, estão sob a influência dos refluxos gastroesofágicos, das proteínas do leite de vaca e da baixa imunidade da idade, entre outros fatores, menos relevantes, que se interagem. A abordagem diagnóstica e terapêutica segue moldes, praticamente, protocolares. Os exames laboratoriais e os procedimentos, assim como os tratamentos, são similares. A diferença fica a critério médico, em determinar a posologia e o tempo de administração dos remédios a serem empregados.
As crianças exibem sintomas da alergia respiratória desde tenra idade, antes de completarem dois anos. Casos do Bebê Chiador (apesar das controvérsias) e de outras crianças que apresentam coriza – estão sempre com o nariz escorrendo – com tosse, acessos de espirro e frequentemente levam as mãos ao nariz ou coçam os olhos. Sintomas que caracterizam clinicamente a Rinite, a qual, muitas vezes, vem associada à Rinossinusite. Entretanto, como, teoricamente, os agentes responsáveis por estes quadros só podem ser rastreados a partir dos dois anos, os diagnósticos, assim como os tratamentos da Rinite Alérgica e de Asma ficam comprometidos. Só podem ser aplicados, de forma mais focada, a partir dessa idade.
Algumas considerações a respeito dos laticínios estão contidas na resposta da  pergunta“ Por que solicitar exames de alergia” .
Quanto à imunidade, é um problema cronológico que atinge tanto as crianças, principalmente as com menos de dois anos, assim como os adultos com idade superior aos 60 anos, motivo deste público ser o alvo das campanhas de vacinações, como medida preventiva. O sistema imunológico das crianças pode ser interpretado como preguiçoso, está numa fase que, ainda, necessita de ser despertado, enquanto o dos adultos está num estágio de aposentadoria. E à medida que a idade avança as perspectivas são contrárias.
Além do fator da idade, existem doenças imunossupressoras transitórias, próprias da infância, a exemplo da Varicela (Catapóra) e outras definitivas, como a Diabetes, que necessitam de monitoramento contínuo e algumas, com prognósticos reservados, como a Leucemia e o Câncer, que exigem cuidados redobrados.
 É importante estabelecer um perfil com todos os elementos, inclusive a existência de problemas anatômicos (“defeitos de fabricação”), que possam intervir na evolução do processo, comprometendo o êxito do tratamento clínico, ainda que indiretamente, e mesmo que não sejam passíveis de correção. Daí, a importância de avaliar a imunidade, não propriamente com a finalidade terapêutica, objetivando repor deficiências, pois não há remédios que contenham imunoglobulinas em sua composição. A fonte de IgA (imunoglobulina do tipo A) é natural, provém do leite materno, particularmente do colostro. Tampouco existem remédios que estimulem a produção de anticorpos pelo sistema reticulo-endotelial (baço, timo, linfonodo e “medula óssea”).    
No que concerne aos exames destinados ao estudo dos refluxos, como existem detalhes, a resposta será encontrada no ítem “ Refluxo Gastroesofágico – de coadjuvante à protagonista, como o grande vilão”.

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